O futebol não para no tempo

sábado, 28 de março de 2009
Para a massificação do conhecimento, por vezes se criam termos que nem sempre refletem a verdade que ocorre na prática. O futebol muda, mas as máximas continuam as mesmas.

A indústria do entretenimento exige isso. Porém, de tanto querer simplificar, a mídia acaba complicando as coisas. Você aprende que meia-atacante serve para armar as jogadas ofensivas, mas assiste um jogo de Gerrard e depois assiste um de Kaká, e se torna impossível aceitar que dois jogadores tão dinstintos sejam denominados igualmente. As coisas se confundem. Seria melhor se dissessem que existem os meias de ligação, que carregam a bola da intermediária defensiva até a ofensiva; os meia-armadores que dão cadência ao jogo e têm como características lançamentos e enfiadas; e os meia-atacantes, que chegam à frente para finalizar e tabelar com os atacantes.

Mas essa definição também já me parece ultrapassada. A tendência para qual o futebol caminha é a de meio-campistas que tenham qualidade equivalentes para defender e atacar. Ramires, Hernanes, Lucas, Anderson, Felipe Melo e outros estão para comprovar qual o estilo dos novos meio-campistas talentosos. Daí a dificuldade de Dunga para achar um sucessor para Gilberto Silva. A função que Dunga espera deste jogador está ficando rara no futebol. Sugiro então que chamemos Gilberto Silva de defensor, junto com os outros zagueiros, nos refiramos a Ramires, Hernanes, Gerrard, Lampard, Cambiasso como meio-campistas e à Kaká, Ronaldinho, Cristiano Ronaldo e Robinho como segundos-atacantes.

No final das contas, isso é apenas uma maneira de observar o jogo. O interessante é estar constantemente construindo, com uma visão crítica, um saber sobre o futebol. Aprender coisas novas é algo contínuo e nunca cessará. Enquanto para outros o que está estabelecido é uma verdade suficiente para dar-lhes todas as respostas, independente se são sempre as mesmas, afinal no futebol tudo que já tinha para ser criado está aí, o resto é invenção. Você acredita nisso?

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Eu recomendo:

Contos Brasileiros de Futebol, por Cyro de Mattos.

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