Gênio ou louco ?

domingo, 12 de abril de 2009
Ao final do jogo entre Remo x Flamengo o torcedor remista já preparava o coração pelo que estava por vir. A necessidade da vitória em um clássico, contra um adversário superior e após um grande baque. Sem dúvida uma missão das mais difíceis. Hoje nas arquibancadas do lado A no Mangueirão, só se via os rostos aflitos dos poucos que se negavam a acreditar no provável, e se apegavam nos mistérios do futebol como esperança de alegria.

Estive fora da cidade durante o feriado e cheguei para a partida esperando o Paysandu com seu 4-5-1 tradicional, porém não fazia a mínima idéia de como entraria o Clube do Remo. Dúvida que só foi ser dizimada com o apito inicial.



Pode-se chamar de 4-3-3, de 4-5-1 ou de 2-3-2-3. O fato é que isto não importa. O Remo aplicou uma marcação homem-a-homem em praticamente todo o time bicolor, deixando o zagueiro da sobra. Marlon, San e Beto pegavam Rossini, Zeziel e Vélber; Toninho pegava o volante que subia, variava entre Mael e Dadá. E Marcelo Maciel e Hélinton tinham a obrigação fundamental de acompanhar a subida dos laterais bicolores, se doando pelo time. Sobrava então o atacante Zé Carlos entre os dois zagueiros azulinos.

A estratégia deu certo, a marcação encaixou perfeitamente e durante os 20 minutos iniciais o Remo conseguiu deixar o time alvi-celeste confuso no jogo. E o Paysandu, por sua vez, começou a fazer uma intensa movimentação entre os seus 3 meias. O grande problema do sistema adotado por Artur hoje é que quando a marcação de qualquer jogador remista de frente falhava, o time perdia o homem da sobra e deixava a zaga no mano-a-mano. Quando os jogadores cansaram, esta situação se tornou corriqueira na peleja. E o Paysandu, adiantando a marcação, conseguiu exercer a pressão.

Helinton exerceu perfeitamente a função que lhe foi atribuida. Quem acompanha futebol inglês está acostumado com este tipo de jogador, o ''winger''. Já Marcelo Maciel, pelo lado direito, demonstrava enormes dificuldades em acompanhar Aldivan, e num lance bobo, fez uma falta feia e acabou expulso. A partir daí o Remo virou coração e tratou de garantir o resultado.

Artur arriscou, jogou alto e dessa vez se deu bem. Gênio ou louco?

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3 comentários:

Anônimo disse...

Caro João, sou bicolor, mas gostaria de lhe dar parabéns pelo blog. Sua análise tática do RExPA foi perfeita! Olhei outros posts e achei o site bastante interessante não só para resmistas. Os comentários são bastante coerentes e qualificados! Parabéns!!!

fucking shine disse...

Brigado, meu irmão. De coração. Esse tipo de coisa que faz com que eu não pare de acreditar no sonho. E a participação de todos é sempre bem vinda. Seja com comentários, criticas, dúvidas, etc.

Unknown disse...

parabéns João. Foi uma análise praticamente narrada do jogo. Parabéns mesmo.